Como funciona a tributação de farmácia no Simples Nacional

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A escolha do regime tributário ideal para farmácia é um dos passos mais importantes para manter a saúde financeira. A opção mais comum para farmácias menores é o Simples Nacional. Se você optou ou está considerando optar por esse regime, é importante compreender a tributação de farmácia no Simples Nacional para pagar menos impostos sem correr riscos fiscais.

Este conteúdo aborda aspectos técnicos e estratégicos relacionados à contabilidade para farmácias, com foco no regime do Simples Nacional. Você entenderá como os tributos funcionam, quais anexos se aplicam, como garantir a menor alíquota possível.

O que é o Simples Nacional?

O Simples Nacional é um regime tributário simplificado voltado para micro e pequenas empresas. Ele unifica a arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia, chamada DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).

No entanto, apesar da promessa de simplificação, esse regime possui regras específicas por setor — principalmente para farmácias optantes, que se enquadram como atividades mistas (comércio e serviços).

Quais tributos estão incluídos na DAS?

Ao optar pelo Simples Nacional, a farmácia recolhe diversos tributos em uma única guia, o que reduz a burocracia e os riscos de inadimplência. Confira a seguir os principais impostos:

  • IRPJ: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica;
  • CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;
  • PIS e COFINS: Programas de Integração Social e de Financiamento da Seguridade Social;
  • ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
  • ISS: Imposto sobre Serviços (se houver prestação de serviços);
  • CPP: Contribuição Patronal Previdenciária.

É importante destacar que o valor da DAS varia mês a mês, conforme o faturamento e a composição das atividades da farmácia.

Vale a pena optar pelo Simples Nacional?

Sim, na maioria dos casos. Porém, é necessário avaliar cada situação com cautela.

Vantagens:

  • Recolhimento unificado dos tributos, facilitando a gestão financeira;
  • Alíquotas reduzidas para farmácias com faturamento anual mais baixo;
  • Redução de obrigações acessórias, como declarações e livros fiscais;
  • Maior previsibilidade nos custos mensais.

Desvantagens:

  • Custo elevado para empresas que se aproximam do teto do regime;
  • Dificuldade de aproveitar créditos de ICMS e PIS/COFINS;
  • Alíquotas crescentes no decorrer do faturamento acumulado;
  • Pode não ser o regime mais econômico em fases de crescimento acelerado.

Como funciona a tributação de farmácia no Simples Nacional

A tributação de farmácia no Simples Nacional depende das atividades desenvolvidas e da forma como essas atividades se encaixam nos anexos da legislação. A classificação nos anexos define a alíquota aplicada sobre o faturamento da farmácia.

Anexo I – Comércio

Indicado para farmácias que atuam exclusivamente na venda de produtos e medicamentos. As alíquotas começam em 4% e vão até 11,61%, de acordo com a receita bruta acumulada nos últimos 12 meses.

Anexo III ou V – Serviços

Se a farmácia oferece serviços como aplicação de injetáveis, testes rápidos ou outros atendimentos farmacêuticos, ela pode ser tributada pelo Anexo III ou V:

  • Anexo III: alíquotas entre 6% e 33%;
  • Anexo V: alíquotas entre 15,5% e 30,5%.

Como garantir as menores alíquotas no Simples Nacional?

A chave para pagar menos impostos dentro do Simples Nacional está na estratégia de planejamento tributário. Trata-se de um conjunto de ações e análises aplicadas com o intuito de reduzir legalmente a carga de tributos, aproveitando os melhores enquadramentos possíveis dentro da legislação.

No contexto das farmácias, o planejamento tributário permite:

  • Identificar o anexo mais vantajoso com base nas atividades desenvolvidas;
  • Aproveitar corretamente o Fator R para evitar tributação mais alta;
  • Evitar surpresas com a variação de alíquota ao longo do ano;
  • Corrigir falhas que podem gerar autuações fiscais ou pagamentos indevidos.

Além disso, o planejamento tributário considera aspectos operacionais, como o controle de estoque, o tipo de produtos comercializados, os custos com pessoal e a projeção de faturamento. 

Com isso, é possível garantir uma tributação de farmácia no Simples Nacional realmente eficiente e segura.

Utilização do Fator R para escolha do anexo

O Fator R é um índice utilizado para definir o enquadramento de empresas prestadoras de serviços no Anexo III ou no Anexo V do Simples Nacional.

Fórmula do Fator R:

Folha de pagamento dos últimos 12 meses ÷ Receita bruta dos últimos 12 meses

Se o resultado for igual ou superior a 28%, a farmácia poderá ser tributada pelo Anexo III, com alíquotas mais acessíveis. Se for inferior a 28%, a tributação recairá sobre o Anexo V, cujas alíquotas são mais elevadas.

Essa métrica incentiva a formalização da folha de pagamento e valoriza a estruturação da equipe, tornando a gestão de pessoal uma variável estratégica no controle da carga tributária. Dessa forma, a correta utilização do Fator R impacta diretamente na tributação de farmácia no Simples Nacional e pode representar uma economia significativa ao longo do tempo.

Cuidados com o ICMS no Simples Nacional

O ICMS é um dos tributos mais sensíveis para farmácias, já que sua aplicação pode variar de acordo com o estado, o tipo de produto e a existência de substituição tributária.

Atenção especial deve ser dada a:

  • Medicamentos com isenção de ICMS;
  • Produtos com alíquota zero;
  • Itens sujeitos à substituição tributária (ST);
  • Códigos fiscais (NCMs) corretamente cadastrados no sistema de vendas.

Erros nesses pontos podem levar ao recolhimento indevido de ICMS ou à autuação fiscal.

Como saber se a farmácia está sendo tributada corretamente?

A única forma segura de garantir que a tributação de farmácia no Simples Nacional está adequada é contar com um time contábil especializado no setor.

Além disso, é recomendável:

  • Acompanhar relatórios mensais de tributos;
  • Conferir o enquadramento correto dos produtos;
  • Analisar a folha de pagamento em relação ao Fator R;
  • Revisar periodicamente a estratégia tributária adotada;
  • Simular outros regimes (como Lucro Presumido) para avaliar possíveis benefícios.

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